domingo, 20 de junho de 2010

Desvario

Mais uma vez perdido, nesta promiscuidade alheia a mim. Numa vontade real de fugir à realidade. Num momento de pura putrefacção espiritual. Quem é esse que nos leva quem não deve? Quem é esse que confia à humanidade a capacidade de pensar?
Seriamos tão mais felizes sem pensar. Seriamos felizes se vivesse-mos eternamente na inocência de uma criança...
Seriamos felizes, mas de que vale a felicidade se não sabemos que a possuí-mos?
E de que serve ser feliz sendo pensadores?
Ah, a felicidade é a vontade mais utópica da raça. O tão ambicioso amor é apenas um meio de a procurar.
Mas seremos capazes de ser felizes no meio de tanta prevaricação? No meio dos Homens?
A loucura atingiu quem decidiu que a humanidade deveriam ser animais pensantes, pois, a única coisa que nos distingue dos animais é o pensamento e aquilo que mais nos aproxima é pensar como eles.


"Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia." J.S. RIP

domingo, 11 de abril de 2010

Espero

Algures onde o mar avança,
Onde reside a tentação,
Altera-se a forma e se alcança,
De entre o infinito. O coração.
Onde reina a esperança,
E o sentido do viver se encontra,
De entre os gestos, o olhar, a lembrança,
E o prazer à vida remonta.
Largamente me perdi,
Sabendo onde estou, não sei,
Vejo a vida que não vi,
Procuro a alma, se a terei.
Vejo-me retratado,
Ali onde não estou,
Olho e vejo espantado,
Aquele “eu” que não sou.
Caminho a meu lado,
Sem me ver nem sentir,
Onde o pensar não apago,
De uma dor sem fingir.
Ao infinito quero chegar,
É inalcançável, eu sei,
Querer, quero-o agarrar,
Esperar? Esperarei.